28/12/2007

2008: ano da ressurreição. ou da celebração ao ditador.

Boas Festas Boas Festas meus senhores, Hossanas e Aleluias para todos, cá me tendes novamente. Pois bem sei, foi uma ausência mais prolongada que o costume, mas compreendei, têm sido tempos muito ocupados, primeiro com as visitas dos meus colegas da nobreza africana, o rei Mugabe, o Imperador Kadafi… ah sim, e aquele rapaz mestre-de-cerimónias, que também já foi filósofo, o Sócrates.
Depois, bom, foi a azáfama natalícia, afinal este é o mês do menino, é o mês das palhinhas, da vaquinha e do burrinho, e das prendinhas que há muitos anos alguns meus ascendentes que eram magos reis e tão reais quanto eu, iniciaram como tradição. Pois claro está, andei com a néscia condessa a ver de prendas, ou diga-se com correcção, a ver a lista, porque para as ir comprar vai o meu mordomo Jarbas, eu pessoalmente só compro em Paris, Londres ou Nova Iorque.
Foi uma canseira que para relaxar já a consoada vi passar aqui a um hotelzito do Dubai, onde permanecerei mais uns dias, e onde 63 andares acima do mar que se estende da minha janela ao infinito do olhar, vos escrevo agora, ainda obstruído das ostras, lagostas e caviar. Sim, porque isso das couves e do bacalhau é coisa de pobres.
De qualquer forma, não conseguia passar esta época aí no condado, tal é o barulho das obras, e as luzes natalícias que também não me deixam dormir.

Quem era para ter vindo também é o meu amigo Príncipe da Alameda, mas desculpou-se dizendo que tinha de encontrar um palacete lá para Coimbra onde diz que agora vai reinar. É um bom tipo, à maneira antiga, um sangue azul puro, mas um bocado tonto – então não é que recusou a homenagem que os seus vassalos lhe estavam já a preparar para a hora da despedida? Ó meu caro, se há coisas que nunca se recusam são homenagens da vassalagem, em especial daquela que sempre nos foi abnegadamente fiel. É preciso manter a rédea até ao último momento, e pena é que não se possa como no tempo dos saudosos faraós, levá-los também para o túmulo.
É que é para o bem deles, todos sabemos que quando o fiel animal perde o dono, perde o sentido da vida, o guia, a orientação, e bem certo é que começa a ensandecer. Estou certo mesmo longe, que tal se notará já em Tomar, tal a quantidade de órfãos criados que o Príncipe deixa.

Esta miudagem hoje em dia, sem nome nem pedigree, que diz por aí umas coisas como se da vida percebesse alguma coisa ou algo pudesse mandar, é que anda a debelar o mundo. Modernices dessa malta que se intitula democrata, quando sempre se soube que o mundo precisa é de ditadores.
A palavra ditador aliás, tem tido muito por culpa do último século que passou, uma infundamentada carga negativa, mas em verdade pela denegrição que esses tais democratas sempre intentaram passar para enganar as massas. Pois se até os comunistas (perdoai-me Senhor, pelo uso de palavras tão pecaminosas) reconhecem as vantagens de um bom ditador!
Um ditador não é mais que um enviado, um homem iluminado – e frise-se, um homem! – sábio, destemido, e benevolente a ponto de abdicar da sua existência individual para olhar pelos outros, para libertá-los do fardo de ter que tomar decisões ou, para orientá-los, para ser o seu guia, o seu propósito, o garante da normalidade, o seu sol e o seu ar…
Cada ameaça, cada olhar de desdém, cada insulto, cada grito exasperado de um tal homem deve ser para o comum mortal um estímulo, um gesto de amor que deve ser correspondido sem hesitação.
Um ditador é portanto um ser ao qual deve assistir o carinho, a admiração, a contemplação, e por isso todas as homenagens são poucas. Por mim, todos os ditadores deviam ser automaticamente canonizados e Paiva não merece menos.
Porque em contrário veja-se, o que vai ser agora de Tomar? Como vamos sobreviver sem esse pulso, sem essa voz de comando, sem essa visão, sem esse farol?
Já vejo Dom Carrão Barão das freguesias entretido a pregar rasteiras a Dom Corvêlo Arauto da Bonomia, e Rosário San e as suas técnicas de Kung Fu a digladiar-se com o Cavaleiro Ivanhoe em sangrentos duelos ao pôr-do-sol.
Não, não, o cenário não se afigura nada bom, e prevejo mesmo como muito possível banhos de sangue e suicídios colectivos… vai ser pior que naquele livro daquele comunista espanhol, El Saramago, em que os personagens ficam todos cegos e se matam uns aos outros!

Quem ficou muito contente foi Dom Pedro O Independente, a esfregar as mãos com aquele sorriso de cobiça que os vilões sempre fazem nos filmes da Disney. O que devia ser já um sinal, porque assim como nos filmes o vilão morre ou enlouquece antes do genérico final cair, também é verdade que na vida real, ditador deposto é como rei morto, não volta, pois se foi deposto é porque não era ditador suficiente para se conseguir manter. Além disso, nenhum candidato a ditador se aguenta só com três ou quatro serviçais, nem pode ter ninguém ao lado que brilhe mais que ele, e o Cardeal Rosa Dias sempre foi mais aclamado pelo povo.

Para os lados dos Cavaleiros Rosa Choque é que também não se adivinham coisas boas, ali nunca se souberam produzir grandes ditadores, é na verdade algo muito difícil, aparecer alguém com essas características que o fazem único. Os ditadores que por ali tentaram vingar, aos poucos os correram, e agora o que têm? Um punhado de gente com a mania que as coisas se decidem conversando! Parolices. Mas onde é que isso já se viu?
É o que dá atribuírem o ceptro do poder a um miúdo que tem a mania que pensa! Ainda para mais o parvo do miúdo, o aprendiz Cristóvão, pôs-se a escrever missivas aos escribas do condado só porque aqui ou ali não sabem redigir! Como se isso fosse alguma vez preciso - desde que escrevam o que o chefe mandar…
E é isso mesmo que não percebem e lhes faz falta. Saber mandar, ter voz de comando, meter medo só com um olhar, isso é o que compõe um bom ditador, e isso é o que essa terra azarada e esquecida precisa! O Marquês Carlos Silva é o exacto contrário disso e fala demasiado com o povo, e agora viram-se para o Arquiduque Becerra, quando outros ficam à espreita, veja-se por exemplo o Dr. Jekyl Mendes já de bisturi na mão.

Não será por isso assim que os nabantinos se erguerão do pântano onde galhofeiros se afundam todos os dias! Dom Paiva foi o cruzado regressado das terras de África que no retorno do seu caminho por aí ficou a comandar um pouco esse castelo, mas como todo o bom cruzado partiu quando melhor forte descobriu para reinar, e é isso que resta a essa terra infecunda, encontrar outro que vos governe, porque sem isso, estais perdidos.

Deixemo-nos então das maleitas, e ao jeito da época, permiti que revele brioso que prendas úteis a pensar nos próximos tempos, enviei para algumas personagens deste conto quase saído da pena dos Irmãos Grimm: Pensos rápidos para Dom Corvêlo e o “Como ser líder em 20 lições” edição revista e anotada, e uma garrafa de um puro escocês de dezoito anos, pois dois copos pela manhã são o melhor remédio para afugentar a “cagufa”; umas Nike para Dom Carrão e para a sua corrida às eleições e muitos Klenex’s para enxugar as lágrimas quando o PSD escolher outro; um trem de cozinha para Dom Relvas gozar a reforma no Brasil; para Dona Miliciano muitas raspadinhas para continuar a tentar, alguma vez há-de sair; para Dom Luís Graça um livre passe para uma clínica de rejuvenescimento; um GPS para Dom Pedro Marques saber onde se posicionar; o regulamento da Assembleia Municipal para Dom Rosa Dias, único sitio onde poderá ambicionar estar após 2009; um baralho de cartas para os restantes independentistas poderem jogar uma sueca se Dom Pedro alcançar os seus intentos e ficarem sem nada para fazer; umas luvas de boxe para Dom Ivo Santos ir à luta; muitas aspirinas para as futuras dores de cabeça de Dom Cristóvão e um passe da Carris que vai precisar por muito tempo; para Dona Anabela Freitas um megafone para que o seu centro de desempregados possa competir com os feirantes lá instalados; para Dom Vítor Gil o livro “As grandes mudanças do século XX” a ver se o homem as acompanha;
Para os anónimos dos blogues, um frasco de pimenta, um dicionário e um prontuário da língua portuguesa e um guia de boas maneiras.
Todos levam ainda um cabaz com um espelho, o livro das crónicas do Ricardo Araújo Pereira; o livro do Saraiva; o DVD com o best off do Amândio; As Farpas de Eça de Queirós; um vale de desconto em qualquer superfície comercial de Torres Novas e bilhetes para casal no cinema local,
A lista é bem mais extensa, mas estando já extenuado, a vós deixo o resto para adivinhação.

E pronto, cá voltarei em 2008, até lá, deixem isso das doze passas e escolham é as lagostas bem frescas e o champanhe bem bruto, e sejam meigos nos dizeres e convictos nos fazeres.
Prostrados, recebam cumprimentos do meu bom amigo Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, governante do Dubai, e do vosso sapientíssimo e sempre vigilante,
Conde do Flecheiro.

04/11/2007

Bolinhos Bolinhos, dai com a porta nos diabinhos

Pois caros plebeus e plebeias, aqui me eis de novo para mais uma crónica de elevada propriedade e afinada perspicácia, como só os mais nobres eruditos vos alcançam permitir abeirar.
Isentai-me de culpas por esta dilatada ausência, mas este mês que expirou trouxe-me tantas emoções que tive de estar ao longe mirando apenas em breves ápices, ou não fosse o meu já fraco coração pregar-me alguma partida. Sim, refiro-me aos tumultuosos tempos que grassam pelo laranjal português, mas lá iremos.
Passou o arraial da santa noviça, foi-se o dia dos santos todos e o de finados, e igualmente hoje se fina a gastronomia scalabitana, pelo que seremos agora empelidos para essa época brilhante e mercantil do menino que passa a vida em palhinhas estendido acompanhado como tantos de nós, pela vaca e pelo burro. Ah, que época linda, tudo a luzir, tudo a dançar com aquelas musiquinhas lindas. Acho que agora vou para o Tibete…
Enfim, certo é que os próximos tempos começam a aproximar-nos da época de decisões, e vamos portanto hoje aqui efectuar um bom conjunto de sérias reflexões e outras tantas questões que para vosso afazer delego, começando com esta: os dois partidos chamados do arco do poder, encontram-se num ponto marcante e divergente entre si. Se o PS, que antecipou a resolução da coisa interna para antes do Verão, pela primeira vez em muito tempo uma só lista teve a concorrer, o PSD que no fim desta semana vai a votos, pela primeira vez em muito tempo terá duas.

Mas comecemos no roseiral. Por lá, a coisa encaminha-se timidamente para Becerra Vitorino, mas se o partido enfrenta várias dificuldades, o candidato algumas em particular. O PS recupera lentamente do desgaste de anos, fossem as derrotas e alguns episódios menos felizes, ou as pelejas internas e alguns protagonistas de menor credibilidade junto dos tomarenses, o que agora parece ter serenado mas ainda não colado totalmente na população. A juntar a isto, Vitorino tem o passado pouco feliz de passagem por uma câmara PSD, dita a pior, e isso é normalmente difícil de engolir aos militantes mais “históricos”, além de que a sua imagem junto de muitos cidadãos é a de uma pessoa distante. Conseguirá ultrapassá-la?
É verdade que Hugo Cristóvão e Luís Ferreira têm o PS dominado, mas será isso suficiente para que o processo se resolva sereno? O PS tem tradicionalmente vozes que se levantam depois das decisões tomadas apenas com o intuito de destruir o que não conseguiram construir. Será assim novamente? Como se irá portar a família Mendes, não terão eles ambições próprias? E António Alexandre, já fez as pazes com o partido, ou tem alianças mais fortes?
As outras duas soluções apontadas, Anabela Freitas ou Hugo Cristóvão, parecem aliás ter mais apoiantes que a primeira, mas residirá a tentação de escolher o que pareça ser mais conhecido da maioria dos cidadãos, por muito, como eles mesmos provaram, que isso nem sempre seja garantidamente bom.
O PS tem entretanto outro problema por resolver, o que fazer com o vereador único Carlos Silva? Continuar com o esquema de mais ou menos rotação que tem sido efectuado? É que, por mais que leve a lição estudada, ele não consegue impor-se à restante câmara, nem convencer os jornalistas. Terá o PS coragem de mudar definitivamente de capítulo?

Pelo PSD as coisas estão para já bastante mais difíceis e como se foi dizendo, as eleições internas vão ditar o desenlace da questão. Estando há três mandatos no poder e sem grande tradição de discussão interna, o partido dissolveu-se no tempo face a uma liderança estilo déspota iluminado que Paiva lhe imprimiu. O partido, diga-se em expressão popular, está seco. Afastado Fidalgo, e com Carrão na liderança, directa ou através do apagado Luís Vicente, e secundado por homens como António Rodrigues ou Jaime Lopes, o partido nunca teve qualquer vitalidade, ou não fosse essa a intenção.. E na geração que costuma ser da ruptura não se vê reacção.
A acontecer, a ruptura sucederá pela geração intermédia, uma vez que, e por caminho aberto embora certamente sem esse propósito, por Paiva ao anunciar cedo a sua não recandidatura, teremos duas forças em disputa. Por um lado e por corpo presente de Luís Vicente, teremos o anunciado candidato Carrão, por outro lado o regresso de uma exilada Isabel Miliciano com um argumento de peso, o também mal tratado Ivo Santos.
Estas eleições cruzam-se com as da distrital laranja, após a ascensão Menezista, o que mexe com uma importante figura de cena, Miguel Relvas. Este, com o espaço cada vez mais apertado, joga a sua sobrevivência nestas duas eleições, sendo certo que por todo o distrito se afiam forquilhas para ofertar ao eterno deputado. E naturalmente, Santos e Miliciano estão do lado João Moura, esse onde muitos têm azia só por pronunciar o nome do ex-Secretário Geral.
Deixemos no entanto a análise da distrital, onde a probabilidade maior é ainda assim a da vitória dos mesmos (mas na nacional também era) para nos centrar no burgo.
Ganhando Carrão, o destino está traçado: Carrão será candidato, e só poderá desistir de o ser para uma pessoa, António Paiva. Para qualquer outro perderia a coerência, e seria infiel à convicção de ser o melhor candidato. Mas será mesmo? Relvas não se sujeitaria, e Luís Graça foi apenas um delírio de intelectuais que não se revêem no estilo povinho de Carrão.
Na outra face, se Miliciano ganhar, o enredo tranfigura-se. Ivo Santos é aí o candidato natural, mas estará já convencido? Se o agora empresário dizer não, o que não se acredita, ganhará força a hipótese Luís Graça, ou mesmo, Miliciano.
Mas não nos precipitemos, que este é romance que pode ter ainda algumas falhas no argumento e o importante agora é ver quem e como ganha.

No meio, ou a um canto de tudo isto vão ficando apertados, como sempre se disse, os Independentes. O que poderão fazer, que espaço lhes restará, se o combate PS PSD se tornar mais interessante? A coisa não estará de facto pacífica. O projecto pessoal de Pedro Marques impele-o a continuar, porque o que o move é o que pode conseguir, ser vereador com o que isso lhe abona, mas será isso suficiente para conseguir convencer os restantes? E Rosa Dias? Atentemos a que Rosa Dias sozinho e enquanto candidato pela CDU teve mais votos que unido a Marques e atrás deste.
E se, ganhando Miliciano no PSD, Marques tiver um convite para ingressar nesse grupo? Só se tudo o resto falhasse seria cabeça de lista, mas aceitaria outro lugar?

A política, para quem lhe percebe as regras e o estilo, é o mais fascinante dos jogos. A expressão máxima da argúcia e combativa sociabilidade do ser humano. E foi no entanto esta mesma manifestação que nos fez evoluir desde os macacos!
Bom, para finalizar com cereja no bolo, há mais uma incógnita que vai também poder ser influenciada pelos resultados da próxima semana – António Paiva. Já aflorámos a remota possibilidade de se querer suceder a si próprio, mas se isso não advir, terminará ele o mandato? Ou sairá antes para dar espaço a Carrão? Lembremo-nos por exemplo, que em breve há eleições no politécnico…

So, with this few thoughts and until next time, that’s wall folks!
With regards of a sweet November, your dearly loved Conde

23/09/2007

Folhas de Outono

Salut a tous mes chères amis! Ca va bien?
Sim, é verdade que há tempo que não redijo, mas não sabeis que após as férias é preciso um tempinho para repousar delas? Ora como vivo do ócio estou sempre a precisar de repouso!
Tudo bem, não é apenas às vacances que se deve o remanso, a verdade é que sem grandes alaridos ou públicos festejos, este condado virtual perfez no pretérito dia 24 de Agosto um ano de cintilante presença. É certo que os festejos não foram públicos, pois que noblesse c’est noblesse e não quero cá no palácio um jagunço qualquer, mas tal não traduz que não tenham sido de arromba, e por isso tenho subsistido os últimos dias à receita de piscina sauna e massagens, que se não tratarmos bem corpo, é ele que trata de se pôr ao descanso.
Então para deleite vosso e meu particular regozijo, como forma sublime de celebração, a minha magnânime vontade instituiu a Gala dos Distintos Flecheirenses, que não poderia ter começado melhor nesta primeira edição em que abri as portas do meu vasto lar aos mais amados, cobiçados, invejados, etecetera etecetera, notáveis nabantinos. E não estive de modas, todos os que foram convidados para a festa foram agraciados com o Grau de Primeiros Cavaleiros do Reino, pela sua valentia e outras imensas qualidades na defesa desta nação nabantina.

Era vê-los chegar todos brilhantes, todos coquettes, nas suas limusinas e nas suas trapelas de estilistas conceituados… Vá pronto, a maioria parecia os miúdos de 16 anos nos bailes de finalistas em que eles mal se vêem no fato e elas passam o tempo a cair dos saltos altos…
Diferente esteve Carlos Carvalheiro, que chegou na sua samarra alentejana e com as suas botas de couro que me encheram a passadeira vermelha de lama. Que falta de chá!
Também cheios de lama chegaram Carlos Moisés e o resto do pessoal da quinta, bem como de guarda-chuvas não sei bem porquê, mas juntaram-se logo com a malta do Bloco de Esquerda e foram à procura da sala de fumos fumar um narguilé. Todos a pedir que eles cantassem e nada!
Fernando Jorge, Barão de Santa Cita, trazia atrás uma nuvem de penas da matança dos patos. De todo o jeito, eu patos ainda vejo imensos, de bravos é que lhes noto pouco…

O Dr. Miguel Relvas, que veio propositadamente do Brasil, acabou por ser desviado para o frete da campanha do pequenito Mendes, pelo que não compareceu. O Príncipe Perfeito, Dom Paiva da Alameda, Mayor de Thomar que fez escala por cá nesse dia, recebeu o prémio por ele.
Ninguém se podia chegar ao pé de Luís Graça e Carlos Carrão, se o primeiro era o cheiro a choco frito, o outro era o frango assado! O primeiro aliás levou um banhinho na piscina e ninguém mais o viu, já o Barão das Freguesias saiu mais cedo, porque ainda tinha dois bailes, um aniversário duma associação da sueca, e a chegada duma excursão de trinta mil idosos por onde passar. Como ambos não puderam receber o prémio, o Príncipe Perfeito recebeu por eles.
Ivo Santos chegou com Isabel Miliciano, mas se ele teve que sair a meio para ir entregar umas pizas, ela chateou tanto as pessoas com as assinaturas para o homem que vive na casa de banho, que acabou por ser expulsa da festa pelo Príncipe Perfeito que, recebeu o prémio dos dois.

Carlos Silva vinha com Luís Ferreira mas desistiu de entrar porque não tinha lá povo para representar, pelo que o adjunto do Governador Fonseca passou a noite a infernizar os acólitos do antigo Barão Pedro Marques, que estavam aos pulinhos ao fundo do salão a ver se alguém os via. Ora quem mais se esforçava por os não ver era o vovô Dias, que parece que anda farto de lhe andarem a dar a papinha à boca.
Hugo Cristóvão chegou atrasado, tinha estado a limpar o gabinete do IPJ em Santarém, e perdeu-se no seu sótão à procura das planificações das aulas. Mas ainda chegou a tempo da festa e foi direitinho enfiar-se no salão de jogos a jogar cara ou coroa com a Anabela Freitas e o Becerra Vitorino. Não consegui descortinar qual era o prémio.
Por falar em malta nova, Nuno Merino, Ana Rente e Catarina Anastácio também apareceram, mas como vinham de sapatilhas e fatos de treino, os meus seguranças não os deixaram entrar, e eu fiz de conta que não vi, porque há que manter o nível.

Quem também chegou a tempo foi o coronel Andrade, mas de tal forma esbaforido que estava a ver que ia conhecer o hospital mais cedo, veio com tanta pressa lá da reunião secreta onde lhe deram a presidência do Centro Hospitalar, que até se esqueceu de tirar o avental. Quem não gostou nada foram o Madureira e o Esparteiro. Senhores! Estava ver que se embrulhavam ali numa guerra de cruzes e compassos… o que vale é que como o Padre Mário rodopiava na sala de dança, e o Frutuoso e o Leopoldo estavam ancorados ao balcão, não houve força de braços e a fricção serenou.
Também convidei o Bruno Graça, mas respondeu que não podia ausentar-se mais que meia hora de cada vez da Gualdim Pais, e o Carlos Trincão como não sabia se havia de vestir laranja, usar fato de estilista independente ou manter-se com o fato apertado descaído na manga esquerda que tem usado, também não veio.
Os jornais da terra é que têm estado muito invejosos de não poderem ter acompanhado a festa, de forma que agora estão a inventar uma espécie de páginas cor-de-rosa, onde falam de casamentos e afins, de pessoas que ninguém sabe quem são. Se continua assim, deixam de ter espaço para fazer cobertura daquelas festas de febras e copos por essas garagens deste malfadado povoado!

Bom, a festa foi de arromba, esgotaram-me o stock todo do Moet&Chandon e do Black Label, e tive que ordenar aos empregados que distribuíssem colchões para a sesta e Gurossans para a viagem.
Os jardins do palácio ficaram todos arruinadinhos com as pisadelas e já pedi ao Amândio para vir coordenar os trabalhos, mas o homem tem uma agenda muito ocupada e está em gravações do seu próximo filme. Se calhar vou ter que contratar a malta que anda a fazer as obras no Mouchão, mas se assim for vou ter de fechar o palácio até lá para 2009. É que não me bastava agora quererem por aqui um estaleiro para fazer uma ponte ornamental que me vai estragar a vista, e terem feito ali um bairro com esse nouvel conceito arquitectónico da arte contemporânea que é a inspiração barraca!
Ando eu a fazer-lhes festas e é assim que me tratam? Ai qualquer dia esqueço-me do meu coração flecheirense, mando fechar isto tudo, vou de vez para terras de Vera Cruz, e aproveitando que mataram os patos todos decreto fazer de tudo isto museu de aves raras! Ai vão ver!

Até à próxima, recebam estas sentidas saudações scolarianas do vosso Conde.

19/08/2007

Filosofias de barraca de praia

É amigos, diz que vai sendo tempo de botar faladura, ou no caso, dar com os dedos nas teclas.
Antes de mais desculpai este linguarejar tão brejeiro, mas estes ares de Agosto fazem-me ficar muito povo. Até já estou com comichão... e isto mesmo estando por aqui, no meu palacete de Vilamoura, onde a nobreza vem retemperar por estes dias. O Príncipe Perfeito Dom Paulino, o Burguês Mor Dom Relvas, o grande representante do Povo, Barão de Valdonas Dom Silva, e muitos outros figurões doutros Condados do reino, tudo por aí anda a largar as coroas e a espantar o pó entranhado ao longo do ano na extenuante labuta da política.
Tenho os miolos quase esturrados de tanto ar de praia! Bom… não será do sol mas antes das piñas coladas , dos vodkas martinis e das caipirinhas, tem sido aqui um consumo etílico que às vezes nem sei se penso, se alguém pensa por mim.
Pois bem sei que gostaríeis de ter novidades, daquelas saborosas de candidatos e listas e partidos, mas atendei a que é Agosto e que os meus serviços de informação estão praticamente encerrados. Não valeria o esforço de qualquer jeito, de mantê-los a funcionar que nada teriam para me informar, a não ser que os espalhasse por essas praias onde estão as individualidades. Da Nazaré ao Algarve a distância ainda é longa.
Do que me dizem aí do burgo, pouco se passa além dos "camones" e dos emigrantes. E das festas claro – à belo frango assado! Yeak! Como pode alguém alimentar-se disso! E comer à mão e no meio do fumo e sei lá mais! Grotesco!

Sim, diz que a festa já passou mas ainda é o que dá que falar, ou no caso deu arresto, nada de novo e nada que se possa já estranhar. Tomar é o que é, e só a um forasteiro ou a alguém muito abstraído do que por aí se passa, podem estranhar coisas como faltarem contas da festa de 2003, isto a julgar que a verdade seja verdade, que mesmo a verdade é uma coisa dúbia e depende da perspectiva de quem a vê.
Mas talvez essa situação ainda não digerida de 2003 justifique que a festa, ao contrário do que será opinião mais generalizada, não tenha corrido assim tão bem. Os enfeites das ruas estavam globalmente mais fracos, o planeamento correu mal, houve muitas coisas feitas em cima do joelho, e outras que devem alguma coisa à sorte, por exemplo. Mais importante, é patente que a vila turística do Nabão não tem infra-estruturas para acolher tal ajuntamento, e assim como parece não haver cultura organizacional de grande escala para fazer face a isso sem que muitos velhinhos voltem a casa com a palavra “jamais” crivada na dentadura. Mas tal é apenas uma opinião. Talvez a esse eventual menor sucesso, se deva ainda uma pequena percentagem derivada do facto do pulso do mordomo poder ser uma bocadinho mais forte, e ainda ao que a mim se assume como mais evidente e proponderante, que é o do próprio conceito ou filosofia de base da festa assentar num princípio errado e que no fundo não é mais que uma mentira: apelidar esta festa como “a grande festa do povo”, quando do povo ela não é nem nunca foi, e para funcionar bem, não o poderia ser. Psicologia de massas.

Mas falar nisto aborrece-me, e um Conde não deve estar aborrecido pois não só é pouco chique, como duplica o gasto de creme anti-rugas. Tenho de voltar para a piscina, que ainda tenho que fazer meia hora antes das amêijoas na cataplana regadas num maravilhoso Chablis Premier Cru 1989 branco.
Porém, na minha desmedida complacência e para não dizerdes que vos deixo assim sem nada mais para a vossa reflexão enquanto estais a tostar ao sol e a senhora da bolacha americana não chega, aqui ficam algumas ideias com um toque de La Palisse, que de alguma forma, e apesar de alguns de vós não darem ares de entender, há tempo venho dizendo e que muito têm a ver com a terra nabantina, a política, e a junção de ambos os desperdícios:

Não descureis do óbvio, que tal é o mais delicado de enxergar mas de ocorrer o melhor afiançado.
Não procureis longe o que perto esteja. Por muito que quase sempre preciso seja ir longe para se dar valor ao que perto se tem.
Quando só olhamos o firmamento, candidatamo-nos a tropeçar. Quando só olhamos a sombra não enxergamos a luz, e no entanto sem ela nem sombra havia. Quando só desejamos o céu, arriscamo-nos a perder o chão.
O difícil nunca é fácil, mas o fácil difícil comummente se torna.
Não podes oferecer o bem, a quem nem sabe que vive no mal.
Quase todos preferem o conforto da ilusão, à dureza da realidade.
Estar vivo, nem sempre, é o contrário de estar morto, e por provar está que o seja alguma vez.

Basta-vos? Será boa premissa para uma tese? Politologia? Vida?
Com bronzeada estima, o vosso sapiente Conde.


Post Scriptum - Acabaram-se as sondagens ali ao lado. O Condado não está em verdade muito vocacionado para isso, e até há por aí um site especializado, por certo mais interessante...

12/07/2007

Enquanto Agosto não entra...

Acabou-se a festa, já não há cortejos, já não há pendões, já não há acenos e risos forçados, aos papelinhos lançados das janelas enfeitadas, e tantos outros meneios da jubilosa populaça e dos seus pastores.
Acabou-se a festa, acabaram-se as farturas os churros e os cachorros, acabou-se a feira, e calaram-se aqueles que a criticaram pelo excesso de roulottes e por parecer isso, quando isso afinal sempre foi, uma feira. De vaidades vero, mas uma feira.
Findou-se a festa, findou-se a fatuidade, findou-se o movimento, findou-se a cidade por mais quatro anos, por certo acatando em sua letargia que um iluminado a arrebate da lama onde sufoca.
Findou-se, mas deixa lembranças. Abrigarei por demorado período a reminiscência daquela representação Estado Novo do Rei Cavaco, que afinal compõe cálculos pior que o dos seis por cento, ladeado pelos apendículos subindo a Corredoura em embevecida ovação até à praça e ao Palácio onde deambulava abandonado pelo que contam, um diferente rei pois que brasileiro.
Da festa persistirão um pouco os comentários, os mais aludidos e auscultados pelos de cá: “que feia está a cidade, tudo em obras”, “a cidade está descaracterizada, já não parece o que foi”, “esta terra ganhou vida para hoje, mas está morta todo os outros dias”, e tantos que tais e parecidos com os quais, purgou a cidade envergonhada que não obstante não se comediu no pavoneio.
Será admirável que os comentários mais negativos à cidade e à festa sejam quase sempre de autóctones, se a eles se deve a responsabilidade, mesmo que por omissão desleixo ou desinteresse, pelo estado em que se encontra. O Príncipe Perfeito é o primeiro responsável, mas somente isso, o primeiro. Tomar ainda confia que alguém vai fazer por si. Os nabantinos estimam que por si decidam. Tomar é a primeira maravilha do mundo, e os nabantinos o melhor povo, porquê portanto importar-se com o resto do cosmos?

A Festa findou-se, e foi-se o grande palco para o primeiro testar dos candidatos a candidatos: Carrão, Cristóvão, Dias, Freitas, Graça, Marques, Relvas, Vitorino… e Paiva. Sim, o jeito obstinado como anuncia até a exaustão que não se recandidata, é o que leva muitos dos actores políticos a duvidar dessa proclamada intenção.
Todos por aí vaguearam, por dentro ou por fora do cerne festeiro, mais ou menos à vontade, com real prazer ou encoberta aversão, arrecadando a maioria sorrisos pela fronte e esgares pelas costelas, a verdade é que prova mais abrangente à capacidade de mesclar com o povo não aparece todos os dias.

E a coisa marcha.
No PS sente-se motivação mas insegurança, no PSD tensão e hesitação, nos Independentes cansaço e intranquilidade.
O despeitado príncipe independente é bem o espelho (não fosse o alfa e o ómega) desse cansaço, e nem a posse napoleónica com que se arrasta pelos campos elísios da Alameda convence. A surpresa e a fogosidade do grupo de free lancer’s conseguidas em 2005 evolaram-se de vez. Diga-se no entanto que Marques, independente dos independentes, será sempre, como foi, vitorioso. Tudo é uma questão de objectivos que se definem para o empreendimento.
Rosa Dias continua cheio de genica, mas todo o esforço mal dirigido é desperdiçado, regras da Física, e além da sua inclusão neste grupo ter prejudicado a sua aura, a idade de todo modo e mesmo que só aos olhos dos outros, não perdoa.
Na laranja o esforçado ex chefe de redacção multiplica-se em sorrisos, em abraços, em aparições, afirma-se seguro e convicto, diz-se preparado para enfrentar o seu próprio partido se for preciso – e poderá bem ter que o fazer se os mais jovens e a elite do partido conseguirem ganhar o domínio intestino lá mais para o fim do ano. Nas suas costas há forças que se mexem, e há quem para Carrão queira carrinho. Será conjuntamente um teste à vontade e ao poder de Relvas.
Nos rosas, depois de afastados aparentemente de vez a maior parte dos fantasmas e velhos do restelo, faltará talvez resolver um ou outro adamastor. Embora a calma e o alinhamento sejam como há muito não se via, os afazeres não deixarão de ser muitos se intentarem restabelecer a confiança perdida – e o governo deles não ajuda. O avolumado Cristóvão, preso entre ser maestro ou primeiro concertino, gosta de comparar o partido a uma orquestra mas para já ainda não passou de filarmónica, é que reconhecem-se por ali qualidades, mas não as conhecem a maior franja dos nabantinos, e qualquer que seja a escolha imanada terá contestatários e fortes contra-argumentos. O ignoto porém, é elemento presente nos melhores jogos, e como monção poderão ter o imprevisível mas inevitável ensejo de alternativa.
De um jeito ou de outro o engodo foi lançado, mas está a ser difícil de morder – na essência um velho obstáculo, um militante convicto arduamente adopta alguém que teve já protagonismo noutro partido. No condado para ali se definiu um de três candidatos possíveis, qual então a isca que se segue?

E Agosto aproxima-se, o verão prosseguirá apático, com um ou outro frango assado nas festarolas, e muito “pezinho de dança” de Carrão, e uma ou outra disponibilidade vacilante junto dos decisores.
Lá para o remate do ano, em especial depois da contagem de gomos na laranja, as coisas começarão a ganhar outro sumo, mais doce para uns, por certo amargo para outros.
O alinhamento dos jornais vai ser um factor importante, sentindo-se apenas suave nestes tempos politicamente mortos, mas aumentando seguramente com o achegar da contenda.

Et voilá, a água da piscina deve estar morna, as flutes cheias e o champanhe gelado. Faltam os morangos e o chantilly que devem estar mesmo a chegar…
Gozem o calor e façam-se às ondas, mas tentem manter-se acima delas.
Com elevada consideração, O Conde.

06/07/2007

Still loving you

Aos abrilhantados nabantinos,
Aos domiciliados flecheirenses,
Em especial aos que me escreveram questionando sobre o Condado, e o porquê do tresmalho dos comentários.

De mais uma árdua expedição regressado, propositadamente para a mais sacro pagã das vanity fairs do burgo – e se todas assim fossem residiríamos bem – fiquei triste com o que ia por aqui, a trejeitos pelos quais, como o recém re-eleito presidente do PS, Aspirante Cristóvão, decidi “acabar com reboliço”; ou como o iluminado Príncipe Perfeito, Dom Paiva da Alameda, intentei definir um rumo, ainda que não saiba qual, sei em todo o caso que a partir de agora, “comentários só em casa”.

Seriamente, é pena que alguns, seja por imbecilidade, seja por garotice, seja por outros interesses mais profundos, não saibam que em algum lugar tem de estar um limite.
Dizia o Príncipe Perfeito num semanário regional existir muito amadorismo na política, quando em verdade existe muito amadorismo no Humanismo e na Cidadania, os reais valores em que todos deveriamos ser profissionais.
Tenho permitido que este espaço, nos moldes que no Decreto abaixo se descrevem, possa ser quase que anárquico, aqui sendo proferidos dos maiores disparates às mais acertadas asserções. Mas tem que se usar de bom senso, não se pode impunemente dizer todos os despautérios imagináveis. Não se pode ferir gratuitamente as pessoas em especial no seu foro privado.
Por isso tornei inacessíveis os comentários, enquanto reflicto na sua continuidade ou mesmo na continuidade do Condado. Talvez seja, por tanto que isso entristeça alguns, e outros deixe felizes, altura de declarar a república e abdicar do título.
Vou ponderar argumentos ou tentar dentro das minhas capacidades ver que formas existem de poder introduzir maior responsabilidade em quem comenta.

Para já goze-se a festa, e o e-mail continua ao dispor.

Com elevadíssima apreciação,
O vosso eminente Conde.

17/06/2007

Édito Normativo II

Mui respeitáveis flecheireiros e flecheiroas,
Por desagrado com a feição assaz prosaica e o descomedimento de verbosidade sentido na altercação nos pretéritos dias neste Condado, solicita-me Sua Excelência O Conde, ausente em missão por pátrias insondadas, que aqui aja republicar o Édito Normativo em vigor desde Outubro do transacto.

1. Todos os seus decretos e despachos são integralmente exactos, excepto para os que entenderem que não.
2. Não pretende Sua Excelência o Conde, prejudicar ou ferir ninguém no seu foro pessoal, mas apenas glosar sobre aqueles que a laborações públicas se prestam, devendo saber que ao fazê-lo estão sujeitos pois, à crítica de terceiros.
3. Ao adverso do que comummente acredita a plebe, a crítica tanto pode ser negativa como positiva.
4. Não aprova ou desaprova Sua Excelência o Conde ninguém em particular, critica sim todos em geral, que ninguém está acima ou abaixo de conjectura, a não ser claro está, o próprio Conde.
5. Bom senso e bom humor devem ser requisitos para todos os flecheirenses que têm o privilégio de coabitar neste condado, e por tal privilégio, devem seguir as mesmas linhas de actuação que sua eminência o Conde.

E sobre o último ponto, se altera a máxima de então ("olhemos para o espelho antes de abrir a boca”) para a nova divisa de armas do Condado:
ANTES DE ESCREVERES DESCREVE-TE A TI MESMO.

É requerido ainda que o subsequente se comunique:
a) Não se almeja que seja o Condado tablado de elementares pelejas particulares, existirão seguramente distintos locais a esses termos mais harmonizados.
b) Conforme qualquer corte de prestígio, similarmente aqui há artistas circenses, trovadores, poetas, filósofos, conselheiros, magos, bobos, conspiradores ao trono, espiões de outros reinos, damas de companhia, generais, capitães, soldados rasos, sacerdotes, carrascos, etecetera. Todos são fundamentais para animar o palácio e dar a si e aos outros móbiles de existência. Cada qual apura onde se entalha.
Virtualmente, pouco do que parece é, mesmo porque o que é não parece, não obstando a que muito do que parece, seja.
b) Seria desejável a existência de maior vinculação dos escritos, que não sendo impreterível, não aquilate todavia ninguém que o anonimato efectivamente o seja. Logo, é responsabilizável pelo que redige esse e só esse.
c) Depreende-se aqui ou ali algum intento de forçar a nacionalização do Condado, talvez porque, como o lusitano Viriato ou o gaulês Astérix, esta é uma região que escapa ao controle do Império – a esses lembra-se apenas, que a singular forma ligeira de subjugar um povo é o seu total extermínio. Outra qualquer feição redunda apenas em cosmética.

À cosmética poderá O Conde e O Condado adaptarem-se. Darem-se ao extermínio não.

Com sentidos anelos de sanidade e robustez, constância e alacridade,
Vosso fiel, Grande Secretário


(porque o sistema não estava a funcionar correctamente, permitindo mais do que um voto por dia em cada uma das votações, estas foram reiniciadas do zero. Agora estarão a funcionar correctamente.)

10/06/2007

yo people

Aí ó bacanos, vocês divertem-se muito por cá né? 453 comentários!?! Mens, get a life! A cena inda vai pó Guiness!
Tã confusos, na sabem quem vos fala, pois cá o je explica.
Eu sou o António, mas pá malta porreira sou identificado como Krinas pá. Opa é um nick k já vem de quando eu era puto ya.
Pois é, aqui o larilas do conde deu de frosques lá naquelas expedições dele na sei pa onde, e eu cá ando aqui a berlaitar a treta do palácio todo. Eu vivo mesmo por aqui, ka minha velha é a cozinheira cá do tasco. E o people por aqui regula k eu na sei, mas eu sei tudo, o conde é que me fez à velha. Eu até axo k mesmo a vaidosa da condessa também sabe, k ela nunca atinou comigo mesmo, mas ela também lhe enfeita a testa mais ka árvore de natal do terreiro do paço. Ganda maluka!
E pois o gajo é burro deixô-me o computador memo ao jeito de fanar pá, e na é k descubro a página mais kurtida k os meus olhos já lamberam? É k até se me treme o piercing do sobrolho. Opa isto é de amalucados pá, melhor que pastilha pá, melhor k uma noite de shot´s até perder o tino! LOL
Atão, já k o conde dá numa de analisante, aqui o Krinas também vai mostrar k na se fica. A coisa é mandar bitaites sobre a cena politiqueira e tal cá do gueto né? Tão bute lá.

Diz k a malta nova gosta é do DJ Paiva… e tal k n faz e na quer saber e na ce k mais, mas o homem é k a leva direita e toca a música que quer. E memo o people k na gosta tem k dançar à mesma, senão ele arrefinfa-lhe assim k puder. Cool, um men com atitude. O resto é só velhadas, e nem os velhadas gostam de velhadas pá! Andam todos ao ritmo daqueles LP's de 45 a ouvir o Iglesias e o Roberto Carlos, opá a malta agora curte é ouvir Da Weasel no IPod! Modernizem-se!
Não obstante essa dificuldade (vistes, também sei palavras finas!) damas parece que há poucas, e putos e tal gostam mais de Playstation.
A modos portanto k coisa na tá numa de mudanças, e eu tenho cá pró je k o jeitoso do homem do norte inda vai ganhar outra vez. Sim, porque até moi k curto é dar beliscões às empregadas e chagar a paciência ó jarbas cá do palácio, ké como kem diz o mordomo, já vi a cena toda do Paiva a candidatar-se outra vez. O homem kurte a cena meus! Tá-se mesmo a ver chavalos aquilo é a cena das drogas, k a coisa do poder vicia! Parece ké pior inda k branca! Prontos, eu na sei k eu poder nunca tive né… LOL
Daí k a jeitos k o resto do people tá todo finado mens! O primeiro é aquele simpático parecido com o Fernando Pessoa, quando vir bem o k lhe aconteceu nem pesca já com que heterónimo é k se ajeita, e o outro k diz k é Luís fica sem Graça de vir para cá kuando afinar bem a terra de malukos k isto é prá qui.
Opa e pois há os xoxialistas k tal são uns porreiros mas como lá houve outros porreiros há uns anos que desengoçaram aquilo tudo, a gaita agora só lá vai com uma desinfestação. Epá, é verdade lá que o presidente até é um gajo novo, mas na bebe aí uns copos ca malta no Capítulo e no Paraíso, e depois assim, ninguém xplica, ca malta é jovem e na sabe! E pois k há lá também um arquitecto, e k vai na vai pode ser ele a chegar-se à frente. Axo mal bacanos, o k a terreola precisa é dum faxineiro pá, a ver se limpa o lixo todo k praí anda meus. Isso e um padre, k isto de longe parece k a malta tem mais pecados k a Ciciolina e o Corleone juntos pá!
Depois há tamém aquela malta cool que largou as drogas e o catano, que dizem não, que são independentes e tal, e axo bem mens, à que dizer não há droga. Não há droga! E vai que alguém arranja mais, k tá-me a parecer k os mens inda mandam abaixo uns drunfos de vez em quando!
Prontos, e pois diz ké moda, e k tal vai haver mais people a apostar na metadona e k se calhar a malta inda leva com mais um ajuntamento de largados do vício, ké como kem diz independentes, mas opá… não façam kmós outros libertem-se mesmo da cena, na andem a metê-la às escondidas!
Isto cá no condado tá memo a precisar é duma sala de xuto pa esta gentinha toda – é ka cena só lá vai ó pontapé! LOL rsrsrs
Entretanto vem aí a festa das meninas virgens (prontos a malta k curte a tradição, inventou aquele cortejo dos meninos pra justificar a coisa né, senão tava custoso, rsrsrsrsrs) e depois a malta vai prós banhos, e ninguém mais liga à cena, k até parece k alguma vez liga, e pois lá pró natal fala-se disto mais a sério. O natal de 2008 claro!

Malta, é isso aí, tenho k ir dar a segunda mão ali no grafitti bacano k tou a fazer aqui na biblioteca. Não stressem, keep it cool, e olhem k a net também serve para outras coisas pá, ver miúdas nuas e tal…
People, fiquem bem. Abraços pós chavalos e beijoquice nas garinas... E mandem postais ó conde. Tá-se, numa nice. :)

Krinas, o bastardo.

15/05/2007

Telegrama

estou apartado STOP a cogitar prescindir do condado por certo STOP isso não sustenta a diligência de dois neurónios STOP centro comercial por centro comercial arranjam-se com preferíveis cenários STOP falidos por falidos antes falidos com classe STOP a política daí tem inferior interesse que a da república do congo STOP entre sopas e coroas a plebe quer é copofonia STOP mas para não ficarem tristes algumas cusquices velozes STOP STOP Carrão quer ser presidente e tem apoio da laranjada a granel STOP mas a laranja cocktail não deixa STOP prefere o iluminado da terra do choco frito STOP vai depender de conseguir ganhar as eleições internas STOP STOP o mediador Pedro expressa amiúde que é candidato seja por quem for STOP mas fechadas as outras portas a coisa nos autónomos também já colou melhor STOP e o Rosa parece que já não dá mais Dias STOP STOP não se consegue lobrigar o que vai nos rosas STOP isso será indicativo onde há muito tudo era sabido STOP suspeito que se deixa ver o óbvio porque o óbvio ninguém vê STOP e o óbvio o enunciei já outros instantes STOP STOP esse evidente é assertório a outros patentes STOP STOP por agora sobrepuja o que me consinto tagarelar STOP bebei loiras em copo alto ou tintos em um dos largos STOP talvez o juízo que falta Baco vos conceda um rasgo STOP que dizia Heraclito todos tendes razão STOP não está é a distribuição em quinhões afins STOP STOP STOP

01/04/2007

Abril águas Mil

Ora pois cá me eis de novo. Desculpai vossas senhorias mas do Bali à Trafaria, vários têm sido os locais por onde me tenho quedado, e tempo tem carecido para o inefável condado.

Mas não podia deixar passar este início de Abril sem notícias bem frescas vos trazer, e que certamente vos vão cair como bombas, mas que devem ainda assim ser o quanto antes do vosso conhecimento.
No ano de eleições internas dos dois maiores partidos e de grande azáfama para a corrida a 2009, está assegurado e posso garantir, que nestas coisas não falha quem vive para me servir, que:
António Alexandre vai ser eleito presidente do PSD local e os Independentes vão Tomar conta do PS.
PS e PSD coligam-se, vão a eleições bem juntinhos e o cabeça de lista será… Salazar! É a mais afinada verdade posso assegurar, agora que se descobriu a recente popularidade do eterno Presidente do Conselho, as aflições de ambos os partidos, agora partido único, estão afastadas depois de se aperceberem que vive em Tomar um Salazar. Sem fotos nos cartazes e apenas com o slogan: “Tomar já só com Salazar!”, a vitória estará garantida e quase com unanimidade.
O número dois para manter as quotas de mulheres e comunistas será Sílvia Serraventoso, para quem será criado o pelouro dos bons costumes da família e do lar.
Os independentes, órfãos de Marques e Dias, vão avançar na expectativa de que alguém caia da cadeira, e vão com a Maria José Nogueirinha, fugida aqui para as bandas do Nabão com medo das agressões dos seus anteriores colegas.
Rosa Dias preparava-se para concorrer como número dois do CDS local, atrás de Carlos Trincão, até que, com o regresso de Salazar o CDS é extinto por deixar de ter significado.
Bruno Graça vai lançar holdings à Canto Firme, à Nabantina, e ao Ginásio Clube, falhando o Fatias de Cá entretanto radicado no Castelo de Almourol eleito a maior maravilha de Portugal do Pequeninos. Ainda assim cria a Gualdim Pais SGPS, podendo assim dizer que ele é que o presidente da Tomar que mexe.
Existirão intenções de criar um museu ao General Fernando de Oliveira, mas as grandes manifestações do proletariado das cadeias de fast-food e hipermercados vão fazer cair a ideia, e pelo meio da discussão descobre-se que Nini Ferreria afinal, era apenas um gajo que lançava umas larachas, pelo que será eliminado da escultura junto ao Lopes Graça. No entanto os ucranianos contratados para o efeito enganam-se e retiram o sujeito errado. O bronze derretido será aproveitado para um elemento escultórico a localizar na actual cibernética rebaptizada rotunda Salazar, sendo aí construído um monumento ao “Ser Tomarense”. Como modelos para alguns rostos serão utilizados de presidentes de junta a presidentes de clubes de futebol local, entre outros ilustres. As actuais luzes psicadélicas serão mantidas, pois esse será então o único espaço de diversão nocturna da cidade, a par do drive in na cerrada dos cães, onde serão distribuídos preservativos de má qualidade por acólitos vestidos de góticos, como forma de incentivo ao crescimento de nascimento em Tomar. A medida será um sucesso, e terão de ser compradas mais cinco ambulâncias para realizar os partos.

O Templário vai lançar uma OPA ao Cidade de Tomar, mas a Câmara não cede a sua golden share, e em contra OPA compra também o Templário.
A GNR vai passar a ser comandada a partir do Terreirinho do Paço, a rebaptizada Praça da República.
A Câmara vai ceder na sua intenção de construir um centro comercial no actual espaço do mercado, e ao invés vai utilizar para esse fim o Hospital, que ficará apenas com um pequeno consultório para tratamento de calos, verrugas e varizes. Os doentes serão deixados no limite do concelho, sendo-lhes assim oferecida uma católica oportunidade de salvação.
Tomar passará a ser terra exclusiva de gente saudável, rica e loira.
Paiva vai finalmente alcançar o seu sonho e vai ser nomeado Ministro. A pasta ainda a ser estudada será a dos Assuntos Internos e Não Especificados, ou a dos Negócios Com os Estrangeiros. Miguel Relvas perdido de desgosto e inveja imigra de vez para o Brasil.

Entrementes, num novo mega projecto da TVI, será lançado um novo reality show, e aproveitando a capacidade de câmaras já instaladas por toda a cidade, Tomar será palco desse mega espectáculo chamado Circo dos Nabantinos. Os nabantinos esses, não se aperceberão que vivem numa realidade virtual e continuarão convencidos que são os maiores do mundo. O programa será cancelado quando o Eduardo Moniz se aperceber que o programa, por difícil que fosse de acreditar, é mais monótono que as reuniões de Assembleia Municipal ou de Câmara, que a maioria das objectivas filma espaços vazios, e que de qualquer forma, nenhum dos restantes portugueses quer saber do que se passa na tragicomédia nabantina.

Entretanto desterrados numa ilha desconhecida na costa de Angola, Carlos Carrão, Ivo Santos, Luís Ferreira e Hugo Cristóvão, jogam descontraídos às cartas enquanto bebem traçadinhos de Dom Gualdim com Spur-Cola, e relembram os tempos em que andavam na política, ao som dos gritos abafados num baú ali perto, lançados em cólera por Pedro Marques, frustrado por ninguém querer brincar com ele.

E que isto tudo seja tão verdade como eu ser o magnânime Conde do Flecheiro, descendente do augusto Príncipe do Agroal e da esbelta Marquesa de Marianaia.
Por minha honra e compromisso, a Um de Abril de Dois Mil e Sete, ano da graça de nossos senhores Dom Paulino e Dom Sócrates.

25/02/2007

Diz que é uma espécie de...

Aí galera! Tudo dje bom? Tudo rolando e sambando nessa terra fria? Ou já guardaram as máscaras os apitos e os sorrisos, e voltaram a ser os mesmos cinzentões?
Ah gentje, djevias aprender mais com o Alberto João!


Sempre ouvi dizer que a vida são dois dias e o Carnaval são três, mas qual é o meu espanto quando depois de regressar de bom remanso nas terras quentes e sensuais do verdadeiro Carnaval, essas da Vera Cruz, me deparo que aqui nas onduladas planícies marginais do Nabão, inventaram um Carnaval que parece estar para durar.

Ora os mais distraídos diriam que estamos em plena pré-campanha, tal agitação anormal para uma época destas. Parece que o PS soube esperar pelo momento certo para pôr lenha nas locomotivas e isso incomoda porque desequilibra a habituada equação que determinava que o PS era parcela diminuta, pois era por sua vez o conjunto de três ou quatro parcelas sem denominador comum.

Em todo o caso, um dos assuntos mais burlescos dos últimos dias tem sido a discussão da paternidade. Parece que Fernando Oliveira ficou muito chateado por ser o PS afinal o pai da sua criança mesmo que a tendo registado primeiro, e até hoje nunca se vira tanta celeuma em torno da paternidade de um nado morto, quando afinal e segundo se entende, nem sequer estão a falar do mesmo assunto. Ó senhores, já há testes de ADN sabiam?
Eu bem dizia que “qualquer dia ainda alguém se lembra de exigir que seja o povo a decidir”, mas ninguém me liga! Será que também sou pai? Enfim, para ser honesto eu certamente não sou, a verdade é que cá ao condado já tinham chegado essas revolucionárias e perigosas ideias de referendos.

Outros episódios amalucados da novela partido/política em Tomar chegam-me pelos meus fiéis informantes, como a da piada de Relvas ao site da autarquia, ou a picardia entre Vítor Gil e Pedro Marques, ambos acontecidos na assembleia das causas perdidas, também conhecida como municipal e que, a serem como me computaram, se estranha terem sido omitidos dos jornais. Jornais que, apesar das tendências habituais, vão mostrando alguma dificuldade em apostar num cavalo, não fosse além do mais, a sua guerra a dois.

Para finalizar, fica um resumo do andamento da preparação da receita do cozinhado para 2009 que, os mais desatentos poderão achar que está longe, mas erram.
Este é ano de eleições internas nos dois partidos de poder e com potencial para em Tomar ganhar eleições.
No PS poderá ser ano estranho, sendo certo que há sempre alguém do contra, mas que argumentos poderá ter ou aceitação por parte ainda de que militantes lá do jardim das rosas? O PS está a habituar a coisas novas, reuniões públicas, alternância dos vereadores, mas o difícil está ainda por decidir. Vitorino, Cristóvão, Anabela, ou Fonseca. Não é difícil perceber, se as eleições fossem no mês que vem, um destes seria o candidato. Mas as eleições são um pouco mais à frente. Em todo o caso, talvez a principal dúvida seja se Alexandre e os irmãos Mendes por capacidade de chegar aos jornais, fazem barulho contra, apoiam, ou se não dizem nada.

No PSD pelo contrário, a coisa promete ser mais animada, ainda para mais porque em causa está a candidatura à Câmara. Conhecem-se os esforços do Barão das Freguesias em aparecer em todo o lado, e o ambiente entre os serviçais do Príncipe já terá sido bem melhor, e entre estes e Ele igualmente.
Ora, se o dito Barão conseguir voltar (ou continuar) a mandar (mais ou menos) no laranjal, a coisa talvez sorria para o seu lado, mas conseguirá ainda fazê-lo? Ou será que vai aparecer alguém mais novo? Alguém que lidere efectivamente? Alguém que possa entender, vá-se lá imaginar, abrir uma porta a Pedro Marques? Alguém deste, colega de profissão por exemplo. Os próximos tempos trarão novidades certamente.

Para os restantes as coisas também não andam mais seguras. Os silêncios públicos sobre o futuro por parte do antigo dono do Palácio Real, assim como algumas tentativas de aproximação ao PSD, não animam ou deixam muito seguros os seus entrincheirados, e as obstinadas intervenções de alguns desses no salvar do pouco que construíram não são bom sinal da concórdia ou paz interior. Sente-se também no Rosa que nunca quis os rosas, aquele que vale cruzes na urna, alguma desmotivação talvez percebendo mais do que diz, ou descobrindo algumas diferenças do que julgara inicialmente encontrar.

Depois, o CDS continua igual a si próprio, não existe. O Bloco apesar de algumas expectativas iniciais, deixou-se secar em torno do independente Trincão que, com muitas certezas, não estará com eles em 2009. E a CDU é Bruno Graça, pois da Serraventoso raro se sente o perfume, embora acredite que possa voltar a sentir-se mais em breve, mas tarde. E só aqui residem ainda algumas dúvidas, será que Bruno fica? Será ele o candidato? E sujeita-se?

Eu de apostas gosto mais de vestir o meu smoking e ir até ao Casino, não de Lisboa que esse é para miúdos mas do Estoril que tem mais glamour, e sentar-me em frente ao pano verde a beber o meu Bourbon Fizz. Mas se tivesse que apostar diria:
Carrão vai ganhar o PSD e com isso acabar por ser candidato, mesmo com a oposição de Relvas.
O PS vai com um tomarense, sobe a votação, mas continuará a repartir votos com Pedro Marques, este talvez com Trincão em segundo.
E assim, Carrão ganha o Palácio.
(Claro que, e com algumas probabilidades, tudo isto se altera se o Princípe não tendo nada mais interessante decidir ficar.)
Estarei enganado?

Jusqu’à la proche fois mes chers amis, vous passez bien.

Sua Magnânime Inteligência, Sua Reverendíssima Sabedoria,
O Conde do Flecheiro

02/02/2007

A saúde de quem nos trata.

Olá gentes das circundantes terras esquecidas do sujo Nabão – digam-me, como vai “essa saúde”? Não, não carece resposta, até porque bem sei que se quisesse realmente saber teria que perguntar a alguém de terras de palha doce. Abre antes que feche...

Pois, ardis à parte, bem sei que há tempo anelais o meu regresso, mas sabem, a fria e cinzenta realidade deste condado à beira do Nabão entalado é pouco convidativa à minha presença, tanto que eu gosto de lugares mais quentes nos afectos e inteligentes e convictos nas causas, mas vá, todos temos de louco um pouco, e masoquista parece que muito, pelo que cá vou voltando qual Madalena arrependida a dar a última de fugida.

E muito haveria para relatar desde a última crónica, sendo talvez o estranho estudo do Expresso que caridosamente ofereceu o décimo segundo lugar a estas terras sem governo em torno do meu condado o mais interessante de referir, mas não é que alguém “algures” se adiantou?!
Esse Cristóvão também deve ser tolinho, mas que importa que Tomar não seja de facto tão bom de se viver como diz o Expresso? Eu por mim, acho que o que é bom é o título, depois a realidade não interessa para nada, e o facto de batermos aos pontos todos as outras cidades do distrito é já motivo abundante para brindarmos e deitarmos uns foguetes, que há tempo longo não temos grandes razões para isso!
Eu por minha augusta decisão já tratei de acertar a data de atribuição do Alto Grau de Mérito e Chave de Ouro do Condado por serviços prestados a esse folhetim do Barão Balsemão, e igual distinção prestarei ao autor da encomenda assim que o descobrir.

O que também ainda mexe é a assembleia não sei que tal do povo e blá, blá, blá, nome pomposo, do hospital. (Eu sei que ainda agora escrevi que o que é bom são títulos, mas também não é preciso complicar tanto). Chame-se-lhe então, assembleia sobre o hospital.
Correm de facto ainda os ecos da dita, e é impressionante como uma coisa que não serve para nada faz correr tanta tinta – salvo seja, que isto é tudo da maior virtualidade.
Eu não estive obviamente presente, que alguém do meu estatuto não se presta a tamanhas patranhas (qualquer dia ainda alguém se lembra de exigir que seja o povo a decidir!), mas porque como toda a grande figura que gosta de cultivar a sua sabedoria e intelectualidade, acaba sempre por saber e informar-se de coisas inúteis, também eu recorri aos meus mui fieis serviçais, sempre por aí infiltrados a perscrutar tudo, para que aqui possa fazer o mais fiel e verosímil retrato.
Quer dizer, mais ou menos, que as mensagens que me chegaram foram um tanto contraditórias... ou não. Uns dizem que Paiva foi coerente, disse no essencial que não quer saber; outros que o PS foi humilhado e que parece que é deles a culpa; outros que Relvas foi levado ao tapete e rebolou; ou que a comunicação social levou bordoada; ou que havia um excesso de laca na mesa sem contar com a das duas senhoras; que não se percebeu bem se as referidas são paivetes ou relvetes; que a Brigada do Reumático já não é o que foi e que Trincão se prepara para a ela pertencer; que o autocarro de Paialvo trouxe os passageiros errados; que o público não foi adestrado o suficiente para saber quando bater palmas e quando não; que o Luís Vicente esteve quase quase quase para dizer alguma coisa, e os outros do PSD estiveram à espera da sua deixa; que o Luís Ferreira não tomou banho; que Bruno Graça e José Serra se olharam de lado, que Paiva olhou de cima, que Corvêlo ninguém o viu, andava parece à procura do pelouro perdido; que por lá estiveram todos os futuros candidatos; que houve malta que se assustou e foi embora; que no final estavam todos aos abraços...
Enfim, confirmo que em verdade não sei, é tudo muito contraditório à parte o facto, esse parece seguro, que aparentemente qualquer dia, talvez, o hospital ainda venha ser tema importante.

Depois, chegaram-me também notícias do aniversário dos apaga fogos cá do sítio - estes literalmente - que é sempre um evento social importante e onde ao que constou, esteve agora especialmente repleto não se sabe se esperando a neve. E como lá não estive ficam dúvidas: terá Carlos Carrão anunciado a sua candidatura, durante o enfado que administrou aos convidados? Ter-se-á Paulo Fonseca dado a entender? Quantos "por o" e "por a" terá dito Paiva? E porque não têm as bombeiras direito a medalhas?

Aos serviços de informação e comunicação do Condado chegaram também alguns e-mail’s com questões, críticas, opiniões diversas que aqui e sem delas atestar veracidade ou acerto faço ainda assim eco, resumidamente e em forma de perguntas:
Haverá ainda “independentes infiltrados” no PS? Algum deles é autarca?
Estalou definitivamente o verniz entre os vereadores PSD, e entre estes e o Príncipe Perfeito?
É Paiva o mais desejado para se suceder a si mesmo?
Quem é o ex-PSD que se perfila para entrar na quinta das rosas?
Pode Carrão vir mesmo a ser presidente de Câmara?
Vai regressar algum exilado do PSD à vida política?
Decidiu já a cúpula do PS local quem vai ser o seu candidato?
Já decidiu Relvas quem vai ser o candidato do PSD?
Porque é o PS o mais atacado na blogolândia, e porque não se identifica ninguém do PSD?
Que peso têm António Alexandre e os irmãos Mendes dentro do PS?
Que peso têm António Fidalgo e Fernando Jesus dentro do PSD?
Vive Tomar uma crise de referências e de capacidade de renovação, a ponto de serem sempre as mesmas caras, as mesmas vozes, por mais cansadas e gastas que estejam, e pode isso justificar que fenómenos como Rosa Dias ou Pedro Marques continuem a almejar alcançar o poder?
É Tomar uma vila de velhos?

Mais temas há a burilar, que a pedra custa a desbastar-se e as sugestões aqui feitas em alguns comentários são de certo pertinentes. Mas por agora ficam estes, que mais seria abuso e como habitual já estou cansado, além de que tenho duas enfermeiras à espera para irmos brincar às ambulâncias.
Bons comentários - e lembrem-se que rir faz bem à saúde e que vem aí o Entrudo, que se mais perto ou na Linhaceira não for, sempre se vê pela televisão!
Nem se percebe porque Tomar não abraça o Carnaval como mais uma coisa sua, pois se por cá se anda sempre a fazer de conta...!

06/01/2007

Récita de Ano Novo

Ora pois meus caros plebeus, cá nos encontramos de novo já neste ano de dois mil e sete da graça de nosso senhor mártir e redentor, que protege os aflitos e acarinha os desprotegidos.
Peço-vos desculpa pela evasiva intervenção do meu mordomo, mas devo-vos dizer que está já a ser severamente punido de forma justa e exemplar.
Durante dois meses vai comer apenas pão da última festa e água da fonte iluminada, e rezar 100 pais nossos por dia, ao mesmo tempo que se auto flagela ao ler decorar e declamar uma por dia, as obras completas de Carolina Salgado, do Paiva o mestrado, do PSD “A nossa vida sem ele – histórias de amor e saudade”, do PS os “Contos do Desejado – como reconquistar o amor dos outros”, dos independentes “Fabulosas receitas com ingredientes diminutos”, o “Livro Branco” do CDS, a “Teoria do Marketing” do Bloco, e a “Casa em Ruínas” das edições PCP.

Confesso que regressar ao condado é uma tristeza, não basta por cá o Natal ter sido triste e escuro, o União ter perdido o sapientíssimo líder, e ele agora dizer que pode voltar, ou parecer não ir haver mais nenhuma cheia para animar, uma pessoa ainda chega e dá logo de caras com a publicação integral do livro das comédias, autoria do Príncipe da Alameda, O Belo e Perfeito, mas onde? No suplemento desportivo de um jornal?! Homens de pouca visão, aquilo era para ser livro de capa dura com gravações a ouro de 18 quilates, folhas de papel de linho e a cores com fotografias destacáveis e emolduráveis, distribuído pelo círculo de leitores. Isso sim era digno de tamanha sumidade, e devotada empresa em prol dos coitados dos patinhos mansos como essa magistral figura que os rege tem executado.
Contra tornados e marasmos, contra os pérfidos detractores, com a visão aguçada e ímpar, de quem descobre enxerga e inventa o que aos outros nem se afigura possível, esse deus loiro tem-nos levado pelas avenidas mais largas do progresso e da qualidade.
Bem, todos todos não, que eu estou fora dessas coisas mundanas, e há para aí mais uns gauleses que teimam em resistir, ainda que poção mágica há muito não provem.

É… é assim que chegamos a este ano de dois zero zero sete, que somado dá nove, número que começa a ser pequeno para os anos já de reinado do príncipe.
E nada de muito novo se afigura aí para as faces e gostos da populaça, mais ponte, menos mercado, menos dinheiro, mais disparate, no essencial tudo fica na mesma, que é como quem escreve, aos costumes nada, e aos sonhos afoga. Sonhos dos jovens, sonhos dos empreendedores, sonhos dos que gostariam de ficar, mas noutros reinos terão de procurar um tesouro diferente, que por aqui as arcas estão arrombadas e vazias, ou muito bem escondidas nos palácios de poucos.
Os escribas pouco assumidos digladiam-se na virtualidade fria e conivente desta e doutras páginas, como se isso fosse a forma de evidenciarem a sua existência, paradoxo imensurável pois não se evidencia o que se não assume, ou assim me parece essa agora discussão infecunda dos benefícios ou prejuízos do anonimato.
Pelos grupos armados amados ou ignorados, dependendo dos casos, as coisas vão fervendo em banho Maria, mas com tendência a entrar em mais premente ebulição passada a sossega, que adivinhando a colheita é tempo já de semear, e aí está o PS a dizer que quer ter candidato até meio do ano (duvido), os independentes a tentar mostrar trabalho e a tentar passar aqui e ali que poderão manter-se juntos se Pedro Marques sair (duvido), e o PSD a querer dar uma de calma como se tivesse tudo normal e controlado, logo, duvido.
O PS dificilmente terá o seu candidato daqui a seis meses, porque isso seria dizer que o tem já hoje. Mas há ainda muitas personagens sem lugar certo no tabuleiro do roseiral para que consigam fazer isso.
Alguns comentaristas referem o que é do senso comum, os independentes dificilmente sobrevivem sem o anterior cabeça de lista, mesmo que até pudessem alcançar melhor resultado sem ele.
O PSD está em polvorosa, em especial porque 2007 será ano de eleições internas, e o Visconde das Freguesias, além de querer voltar a mandar no laranjal, vai passando a mensagem que será ele o paladino da conserva do poder. Difíceis as coisas num agrupamento em que alguns chefes de freguesia pesam muito nas contas, qual Marques Mendes a vergar-se a Alberto João.
Na comuna as coisas também não vão bem, e o independente Graça já não acha graça nenhuma.
No bloco que não é de representações, mas que se representa por um independente, as coisas também parecem não ir melhores, tendo já Trincão dado de prenda o seu lugar na Assembleia na última reunião desta. Terá sido prenda de boa vontade ou de despedida?

Ou seja, está tudo a mexer, siga a folia, venha daí outra dança!!