25/02/2007

Diz que é uma espécie de...

Aí galera! Tudo dje bom? Tudo rolando e sambando nessa terra fria? Ou já guardaram as máscaras os apitos e os sorrisos, e voltaram a ser os mesmos cinzentões?
Ah gentje, djevias aprender mais com o Alberto João!


Sempre ouvi dizer que a vida são dois dias e o Carnaval são três, mas qual é o meu espanto quando depois de regressar de bom remanso nas terras quentes e sensuais do verdadeiro Carnaval, essas da Vera Cruz, me deparo que aqui nas onduladas planícies marginais do Nabão, inventaram um Carnaval que parece estar para durar.

Ora os mais distraídos diriam que estamos em plena pré-campanha, tal agitação anormal para uma época destas. Parece que o PS soube esperar pelo momento certo para pôr lenha nas locomotivas e isso incomoda porque desequilibra a habituada equação que determinava que o PS era parcela diminuta, pois era por sua vez o conjunto de três ou quatro parcelas sem denominador comum.

Em todo o caso, um dos assuntos mais burlescos dos últimos dias tem sido a discussão da paternidade. Parece que Fernando Oliveira ficou muito chateado por ser o PS afinal o pai da sua criança mesmo que a tendo registado primeiro, e até hoje nunca se vira tanta celeuma em torno da paternidade de um nado morto, quando afinal e segundo se entende, nem sequer estão a falar do mesmo assunto. Ó senhores, já há testes de ADN sabiam?
Eu bem dizia que “qualquer dia ainda alguém se lembra de exigir que seja o povo a decidir”, mas ninguém me liga! Será que também sou pai? Enfim, para ser honesto eu certamente não sou, a verdade é que cá ao condado já tinham chegado essas revolucionárias e perigosas ideias de referendos.

Outros episódios amalucados da novela partido/política em Tomar chegam-me pelos meus fiéis informantes, como a da piada de Relvas ao site da autarquia, ou a picardia entre Vítor Gil e Pedro Marques, ambos acontecidos na assembleia das causas perdidas, também conhecida como municipal e que, a serem como me computaram, se estranha terem sido omitidos dos jornais. Jornais que, apesar das tendências habituais, vão mostrando alguma dificuldade em apostar num cavalo, não fosse além do mais, a sua guerra a dois.

Para finalizar, fica um resumo do andamento da preparação da receita do cozinhado para 2009 que, os mais desatentos poderão achar que está longe, mas erram.
Este é ano de eleições internas nos dois partidos de poder e com potencial para em Tomar ganhar eleições.
No PS poderá ser ano estranho, sendo certo que há sempre alguém do contra, mas que argumentos poderá ter ou aceitação por parte ainda de que militantes lá do jardim das rosas? O PS está a habituar a coisas novas, reuniões públicas, alternância dos vereadores, mas o difícil está ainda por decidir. Vitorino, Cristóvão, Anabela, ou Fonseca. Não é difícil perceber, se as eleições fossem no mês que vem, um destes seria o candidato. Mas as eleições são um pouco mais à frente. Em todo o caso, talvez a principal dúvida seja se Alexandre e os irmãos Mendes por capacidade de chegar aos jornais, fazem barulho contra, apoiam, ou se não dizem nada.

No PSD pelo contrário, a coisa promete ser mais animada, ainda para mais porque em causa está a candidatura à Câmara. Conhecem-se os esforços do Barão das Freguesias em aparecer em todo o lado, e o ambiente entre os serviçais do Príncipe já terá sido bem melhor, e entre estes e Ele igualmente.
Ora, se o dito Barão conseguir voltar (ou continuar) a mandar (mais ou menos) no laranjal, a coisa talvez sorria para o seu lado, mas conseguirá ainda fazê-lo? Ou será que vai aparecer alguém mais novo? Alguém que lidere efectivamente? Alguém que possa entender, vá-se lá imaginar, abrir uma porta a Pedro Marques? Alguém deste, colega de profissão por exemplo. Os próximos tempos trarão novidades certamente.

Para os restantes as coisas também não andam mais seguras. Os silêncios públicos sobre o futuro por parte do antigo dono do Palácio Real, assim como algumas tentativas de aproximação ao PSD, não animam ou deixam muito seguros os seus entrincheirados, e as obstinadas intervenções de alguns desses no salvar do pouco que construíram não são bom sinal da concórdia ou paz interior. Sente-se também no Rosa que nunca quis os rosas, aquele que vale cruzes na urna, alguma desmotivação talvez percebendo mais do que diz, ou descobrindo algumas diferenças do que julgara inicialmente encontrar.

Depois, o CDS continua igual a si próprio, não existe. O Bloco apesar de algumas expectativas iniciais, deixou-se secar em torno do independente Trincão que, com muitas certezas, não estará com eles em 2009. E a CDU é Bruno Graça, pois da Serraventoso raro se sente o perfume, embora acredite que possa voltar a sentir-se mais em breve, mas tarde. E só aqui residem ainda algumas dúvidas, será que Bruno fica? Será ele o candidato? E sujeita-se?

Eu de apostas gosto mais de vestir o meu smoking e ir até ao Casino, não de Lisboa que esse é para miúdos mas do Estoril que tem mais glamour, e sentar-me em frente ao pano verde a beber o meu Bourbon Fizz. Mas se tivesse que apostar diria:
Carrão vai ganhar o PSD e com isso acabar por ser candidato, mesmo com a oposição de Relvas.
O PS vai com um tomarense, sobe a votação, mas continuará a repartir votos com Pedro Marques, este talvez com Trincão em segundo.
E assim, Carrão ganha o Palácio.
(Claro que, e com algumas probabilidades, tudo isto se altera se o Princípe não tendo nada mais interessante decidir ficar.)
Estarei enganado?

Jusqu’à la proche fois mes chers amis, vous passez bien.

Sua Magnânime Inteligência, Sua Reverendíssima Sabedoria,
O Conde do Flecheiro

02/02/2007

A saúde de quem nos trata.

Olá gentes das circundantes terras esquecidas do sujo Nabão – digam-me, como vai “essa saúde”? Não, não carece resposta, até porque bem sei que se quisesse realmente saber teria que perguntar a alguém de terras de palha doce. Abre antes que feche...

Pois, ardis à parte, bem sei que há tempo anelais o meu regresso, mas sabem, a fria e cinzenta realidade deste condado à beira do Nabão entalado é pouco convidativa à minha presença, tanto que eu gosto de lugares mais quentes nos afectos e inteligentes e convictos nas causas, mas vá, todos temos de louco um pouco, e masoquista parece que muito, pelo que cá vou voltando qual Madalena arrependida a dar a última de fugida.

E muito haveria para relatar desde a última crónica, sendo talvez o estranho estudo do Expresso que caridosamente ofereceu o décimo segundo lugar a estas terras sem governo em torno do meu condado o mais interessante de referir, mas não é que alguém “algures” se adiantou?!
Esse Cristóvão também deve ser tolinho, mas que importa que Tomar não seja de facto tão bom de se viver como diz o Expresso? Eu por mim, acho que o que é bom é o título, depois a realidade não interessa para nada, e o facto de batermos aos pontos todos as outras cidades do distrito é já motivo abundante para brindarmos e deitarmos uns foguetes, que há tempo longo não temos grandes razões para isso!
Eu por minha augusta decisão já tratei de acertar a data de atribuição do Alto Grau de Mérito e Chave de Ouro do Condado por serviços prestados a esse folhetim do Barão Balsemão, e igual distinção prestarei ao autor da encomenda assim que o descobrir.

O que também ainda mexe é a assembleia não sei que tal do povo e blá, blá, blá, nome pomposo, do hospital. (Eu sei que ainda agora escrevi que o que é bom são títulos, mas também não é preciso complicar tanto). Chame-se-lhe então, assembleia sobre o hospital.
Correm de facto ainda os ecos da dita, e é impressionante como uma coisa que não serve para nada faz correr tanta tinta – salvo seja, que isto é tudo da maior virtualidade.
Eu não estive obviamente presente, que alguém do meu estatuto não se presta a tamanhas patranhas (qualquer dia ainda alguém se lembra de exigir que seja o povo a decidir!), mas porque como toda a grande figura que gosta de cultivar a sua sabedoria e intelectualidade, acaba sempre por saber e informar-se de coisas inúteis, também eu recorri aos meus mui fieis serviçais, sempre por aí infiltrados a perscrutar tudo, para que aqui possa fazer o mais fiel e verosímil retrato.
Quer dizer, mais ou menos, que as mensagens que me chegaram foram um tanto contraditórias... ou não. Uns dizem que Paiva foi coerente, disse no essencial que não quer saber; outros que o PS foi humilhado e que parece que é deles a culpa; outros que Relvas foi levado ao tapete e rebolou; ou que a comunicação social levou bordoada; ou que havia um excesso de laca na mesa sem contar com a das duas senhoras; que não se percebeu bem se as referidas são paivetes ou relvetes; que a Brigada do Reumático já não é o que foi e que Trincão se prepara para a ela pertencer; que o autocarro de Paialvo trouxe os passageiros errados; que o público não foi adestrado o suficiente para saber quando bater palmas e quando não; que o Luís Vicente esteve quase quase quase para dizer alguma coisa, e os outros do PSD estiveram à espera da sua deixa; que o Luís Ferreira não tomou banho; que Bruno Graça e José Serra se olharam de lado, que Paiva olhou de cima, que Corvêlo ninguém o viu, andava parece à procura do pelouro perdido; que por lá estiveram todos os futuros candidatos; que houve malta que se assustou e foi embora; que no final estavam todos aos abraços...
Enfim, confirmo que em verdade não sei, é tudo muito contraditório à parte o facto, esse parece seguro, que aparentemente qualquer dia, talvez, o hospital ainda venha ser tema importante.

Depois, chegaram-me também notícias do aniversário dos apaga fogos cá do sítio - estes literalmente - que é sempre um evento social importante e onde ao que constou, esteve agora especialmente repleto não se sabe se esperando a neve. E como lá não estive ficam dúvidas: terá Carlos Carrão anunciado a sua candidatura, durante o enfado que administrou aos convidados? Ter-se-á Paulo Fonseca dado a entender? Quantos "por o" e "por a" terá dito Paiva? E porque não têm as bombeiras direito a medalhas?

Aos serviços de informação e comunicação do Condado chegaram também alguns e-mail’s com questões, críticas, opiniões diversas que aqui e sem delas atestar veracidade ou acerto faço ainda assim eco, resumidamente e em forma de perguntas:
Haverá ainda “independentes infiltrados” no PS? Algum deles é autarca?
Estalou definitivamente o verniz entre os vereadores PSD, e entre estes e o Príncipe Perfeito?
É Paiva o mais desejado para se suceder a si mesmo?
Quem é o ex-PSD que se perfila para entrar na quinta das rosas?
Pode Carrão vir mesmo a ser presidente de Câmara?
Vai regressar algum exilado do PSD à vida política?
Decidiu já a cúpula do PS local quem vai ser o seu candidato?
Já decidiu Relvas quem vai ser o candidato do PSD?
Porque é o PS o mais atacado na blogolândia, e porque não se identifica ninguém do PSD?
Que peso têm António Alexandre e os irmãos Mendes dentro do PS?
Que peso têm António Fidalgo e Fernando Jesus dentro do PSD?
Vive Tomar uma crise de referências e de capacidade de renovação, a ponto de serem sempre as mesmas caras, as mesmas vozes, por mais cansadas e gastas que estejam, e pode isso justificar que fenómenos como Rosa Dias ou Pedro Marques continuem a almejar alcançar o poder?
É Tomar uma vila de velhos?

Mais temas há a burilar, que a pedra custa a desbastar-se e as sugestões aqui feitas em alguns comentários são de certo pertinentes. Mas por agora ficam estes, que mais seria abuso e como habitual já estou cansado, além de que tenho duas enfermeiras à espera para irmos brincar às ambulâncias.
Bons comentários - e lembrem-se que rir faz bem à saúde e que vem aí o Entrudo, que se mais perto ou na Linhaceira não for, sempre se vê pela televisão!
Nem se percebe porque Tomar não abraça o Carnaval como mais uma coisa sua, pois se por cá se anda sempre a fazer de conta...!